A autora chama a atenção para a chegada da internet na escola, destacando, com absoluta razão, que nesse espaço que considera diferenciado o que se viu foi, de maneira geral, mais uma vez uma reprodução de conteúdos e atividades tal qual se via no modelo presencial.
De fato, a internet permitiu inovar na mídia. Mas não é isso que modifica práticas educacionais.
A mudança tem que estar na cabeça dos professores; não bastar estar no entorno.

Deixe na sala de um professor tradicional um computador e ele, se o usar, pedirá um projetor multimídia e exibirá uma apresentação gerada no PowerPoint, dando um suporte "moderno" ao jeito que sempre usou em salas de aula. Continuará usando a fala para informar.
O PowerPoint, usado como a antiga transparência, será a mesma cola que era possível com o retroprojetor. Será que professor que não cola sai da escola?
Segundo Rita Guarezi, ao definir-se um curso que seria "mediatizado por tecnologias" o professor deveria responder a algumas perguntas que, afirma, tornaram-se muito importantes. Algumas delas: Quem são as pessoas que vamos formar? O que já sabem e o que não sabem sobre o que vamos falar? Como elas aprenderam a aprender? Quais são seus estilos cognitivos? Que competências precisam desenvolver?
Tendo a ver um equívoco quando se argumenta que tais questões se tornaram importante porque mediatiza-se com a tecnologia o espaço de aprendizagem.
Tais perguntas cabem no início e ao longo de qualquer processo de formação. Não podemos nos permitir acreditar que só a educação a distância baseada na internet deva se preocupar com isso. Ou que tal preocupação surja apenas e tão somente porque existe hoje uma educação online. Lá mesmo ela não ocorre de maneira tão disseminada quando sugerem alguns, imaginam outras. A velha escola se faz presente também no ciberespaço, exatamente porque quem a determina é o professor, seu pensar sobre a educação, não as tecnologias.

Mas de todo, vale a pena ler o artigo de Rita Guarezi e pensar sobre ele. Mas recomendo que se pense nele para além do e-learning.
E respondendo à questão que ela coloca no título do artigo, eu digo: a Web 2.0 não muda os processos de aprendizagem.
Mas torço para que os professores mudem seu pensar sobre o que deve ser educação hoje, que tenham pensamentos contemporâneos com esse mundo que aí está.
Quando isso acontecer, esses professores privilegiarão a aprendizagem, ao invés do ensino. Buscarão construir estratégias para que seus alunos construam conhecimentos, ao invés de passarem a vida decorando informações que lhes foram ditadas e que serão cobradas em provas. O professor que chegar lá usará certamente a Web 2.0, sabendo que se tratam, muito mais do que recursos, de novas linguagens. Assim, a Web 2.0 será útil a aprendizagem, sem jamais ser determinante dela. Isso é tarefa de professor. Tarefa sagrada, por sinal.
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