No último dia 16 de outubro, no programa "Missão Aluno", da rádio CBN, a consultora em educação Ilona Becskeházy falou de sua frustração com o fato de a mídia ter dedicado pouco espaço ao Dia dos Professores, comemorado na véspera, um domingo.
No programa, Ilona Becskeházy comentou que uma das poucas matérias que encontrou no domingo falando de professores estava na revista Veja São Paulo. A matéria, As novidades do mercado de educação da capital, tratava do uso de aplicativos na educação.
A consultora alertou para o risco de algumas pessoas considerarem a possibilidade da substituição dos professores pela tecnologia, mais exatamente pelos aplicativos. Observo que Ilona denomina aplicativos alguns recursos que podem não ser entendidos desta forma, ainda que sejam tecnologia digital. Segundo Ilona, a novidade nos dias de hoje não deve ser a tecnologia, mas "o bom professor".
No seu comentário, Ilona chamou atenção dos ouvintes para uma questão que estaria por detrás da ênfase nesses recursos de tecnologias digitais: o interesse daquela que denomina "indústria de aplicativos", de olho em um dos maiores mercados em virtude dos valores elevados de verbas, a educação.
Coincidentemente eu já havia programado para o dia 23 de outubro, como atividade na disciplina, uma palestra sobre Recursos Educacionais Abertos (Open Educational Resources). Ainda que nem todos os REA (OER) sejam gratuitos, a expressiva maioria o é, oferecendo aos professores e professoras a possibilidade de integrarem - sem custo para si ou a escola - vários deles.
Embora a qualidade dos REA (OER) varie, os professores e professoras poderão encontrar muito material que terá sentido em suas práticas pedagógicas que envolvem o uso das tecnologias digitais.
A (con)junção professor - estudante - tecnologia poderá trazer significativas contribuições para a melhoria da educação, além de ser uma forma da escola colocar-se no Século XXI, fazer-se contemporânea.
Para que esta (con)junção aconteça, é essencial que professores e professoras conheçam mais e mais recursos, das tecnologias digitais de informação e comunicação, dentre eles os REA, e que tenham tempo e condição para testá-los e avaliá-los para uso no contexto de educação em que atuam.
Estes assuntos certamente estarão na conversa com o professor Ramon Orlando de Souza Flauzino, pedagogo, autor do livro "Laptop educacional na sala de aula", que atua na EaD da UEMG. A conversa acontecerá na próxima segunda-feira, dia 23 de outubro, a partir das 16 horas.
Para saber mais sobre Recursos Educacionais Abertos (Open Educational Resources)
Muitas pessoas dizem que logo professores estarão obsoletos e que a profissão deixará de existir, muitos usam de argumento que todo conteúdo aprendido em sala de aula pode ser aprendido na internet de forma mais rápida e mais prática. De certa forma isso pode ser um fato, mas para que ocorra o processo de ensino-aprendizagem é fundamental que tenha um mediador, no caso o professor. Fazer uma pesquisa orientada por um professor, torna o conteúdo significativo para o aluno. Não vejo as tecnologias acabando com a profissão docente, mas a vejo como uma grande aliada nesse processo.
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ExcluirNa minha opinião, esse argumento de que os conteúdos dados em sala de aula estão disponíveis na internet, e por isso ocorre um risco de substituição do professor pelas tecnologias digitais e etc; já está em desuso. É sabido que a internet é um local de muita informação disponível para todos, contudo também é de ciência de boa parte dos docentes que informação não é conhecimento, e esse conhecimento só se transforma em saber quando estabelecemos conexões e relações com outras pessoas.
ExcluirNo caso das instituições escolares, acredito que o conhecimento e o saber passam pela figura do professor (e do aluno), e como você bem colocou, que vai mediar as relações de ensino- aprendizagem. Sobre as tecnologias digitais, vejo elas com um meio de ir construído esse saber entre os professores e os alunos, vejo como aliadas do professor, e de maneira nenhuma acredito que ela vai substituir a figura do professor, pois a profissão docente é uma profissão das interações humanas.