Espaço para informação, em ações colaborativas, da disciplina "Tecnologias digitais, currículo e práticas educativas", anteriormente "Educação e tecnologias da Informação", do Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ainda sobre nativos digitais

Em comentário a um comentário, nesse mesmo blog, busquei chamar para a atenção para o que eu consideraria um risco embutido nos conceitos propostos por Marc Prensky, ao delimitar nativos e imigrantes pela faixa etária.
Notadamente no caso do Brasil, são muitos os jovens que não crescem como nativos digitais, embora o devessem ser pela idade.

Há claramente um fosso, por oportunidades econômicas e sociais, que separa indivíduos que estariam em uma mesma categoria, a dos nativos, aqueles que viveriam praticamente imersos em um  mundo digital, parecendo sempre conectados com seus iPhones, iPods, tablets, comunicando-se através do MSN, Facebook, e outros que estão distantes dessa realidade.
Se olharmos com cuidado, veremos que os nativos digitais constituem uma elite de jovens e crianças. E não só na sociedade brasileira.
Por outro lado, não será a idade que definirá de forma absoluta os tipos, nativos ou imigrantes. Existem pessoas que, pela idade, seriam imigrantes - dentre elas, eu - mas que dominam as tecnologias digitais não raro em um plano que podemos dizer superior ao de muitos que são considerados nativos.

Por isso, me seduz mais a proposta de John Palfrey e Urs Gasser, em seu livro "Born digital: understanding the first generation of  digital natives" [no Brasil, o livro foi publicado pela Artmed, com o título "Nascidos na Era Digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais". A tradução foi revista e comentada pelo meu particular amigo, Paulo Gileno Cysneiros] de ver os nativos como populações, ao invés de gerações.
O importante nesse caso é que, de forma diferente da proposta de Marc Prensky ou daquela de Dan Tapscott, para será a  a data do nascimento o determinante do que consideraremos nativos, e, por decorrência, imigrantes.
Como alguém que se considera um usuário ativo e com bom domínio das tecnologias digitais de informação e comunicação, me sinto mais à vontade em não ser tido como o imigrante, o sujeito que terá que aprender toda uma nova cultura, apenas porque nasci em 1949, logo depois da II Guerra Mundial, bem antes dos anos 1980.

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