O não uso do computador e da internet nas escolas públicas brasileiras

Praticamente ao mesmo tempo em que o IBGE revelava os dados do PNAD sobre o uso da internet no Brasil, veio a público uma pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita, em parceria com o IBOPE e o Laboratório de Sistemas Integráveis [LSI] da USP, sobre o uso de computadores e internet em 400 escolas públicas de 13 capitais brasileiras.

Clique aqui para ver os resultados da pesquisa. Ela merece um olhar atento.

A mim não surpreendem seus resultados.
Minhas pesquisas mostram que para os professores de licenciaturas, computador é máquina de escrever, que serve às vezes como projetor de slides [é a "modernosidade" da escola com o uso do novo, computador e PowerPoint, na sustentação da velha prática da aula expositiva], telégrafo [para comunicar-se por e-mail] e recurso para "pesquisas". Se os que formam professores lidam dessa maneira com o computador, querer que seus ex-alunos, licenciados, façam um uso diferente na sala de aula, com seus próprios alunos, é querer milagre.

E, na escola pública, com muitos professores absolutamente isentos de qualquer compromisso com a formação dos seus alunos, querer um milagre desse seria querer muito. Já terá sido um milagre e tanto se um dia esses professores descomprometidos começarem a zelar pelo ensino, ainda mesmo que assentado apenas na sua fala, no quadro de giz e no livro didático como se essas fossem as únicas fontes de informação possíveis na escola.